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A Suécia e a Privatização do Ensino

A Suécia é vista como um país onde o estado do bem-estar social é exemplo. A educação dos jovens de 7 a 16 anos é gratuita, mas também obrigatória. As crianças podem começar os estudos aos 6 anos com a mesma gratuidade.

A partir de 1990 o Estado sueco fez uma experiência com escolas privadas, pagas pelo governo. Havia um entendimento de que tais escolas poderiam ter melhores rendimentos e aprimorar as condições de ensino. Em 2013, pouco mais de duas década depois, uma rede privada de ensino, com número significativo de professores e alunos, faliu deixando as crianças sem aulas. Este fracasso levou o Partido Verde a se desculpar com a população por ter defendido a privatização do ensino.

Alguns países da Europa têm escolas privadas. A defesa de tais escolas vinha acompanhada do conceito de liberdade de escolha das escolas. Tal prática, o tempo demonstrou, leva à segregação. As escolas tidas como de excelência tornam-se de acesso restrito. Em geral são frequentadas por filhos de famílias com alta renda que podem manter serviço de motorista particular que os levam aos locais onde estas escolas se encontram. São escolas que tendem à elitização.

Este assunto vem sendo discutido no Brasil. A diferença é que aqui a classe média é obrigada a arcar com o custo das mensalidades que na Europa é pago pelos governos. A classe média, além dos impostos descontados em seus salários, arca com os custos das mensalidades escolares e com o pagamento dos planos de saúde. É duplamente penalizada.

A proposta de privatizar todo o ensino, deveria ser aprofundada tomando por base o que se deu na Europa, em especial na Suécia, que agora revê a experiência de privatização e a adoção do cheque-escola. A privatização do ensino não melhorou a aprendizagem.

É consenso que sem boa educação não há desenvolvimento sustentável. Esta boa educação se inicia nos primeiros momentos da infância. As famílias modernas têm pais e mães que trabalham e demandam creches e escolas para atender aos filhos durante o período de trabalho.

O ideal é que o atendimento ao aluno se inicie já na pré-escola, que o atendimento se dê o mais próximo das moradias das famílias, e que seja de tempo integral. O Brasil é a sétima economia do planeta e deve educar seu povo se quiser crescer ainda mais.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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