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Rodoviária do Plano Piloto é Caso de Urgência

O Relatório do Plano Piloto de Brasília, por seu criador, Lúcio Costa, nos indica que a Estação Rodoviária situada no centro da plataforma de ligação das asas Norte e Sul, deveria conter “bilheteria, bares, restaurantes etc., construção baixa, ligada por escadas rolantes ao “hall” inferior de embarque separado por envidraçamento do cais propriamente dito.”

A Estação Rodoviária do Plano Piloto já não apresenta aquela singeleza prevista por seu criador. Os três níveis, o da plataforma superior, o intermediário e o cais de embarque estão tomados por pequenas lojas e quiosques ali postos sem a preocupação com a funcionalidade da principal obra do sistema de transporte coletivo do Distrito Federal.

No Piso superior as pessoas são obrigadas, muitas das vezes a circular na via destinada aos automóveis pois os espaços de circulação estão tomados pelas lojas tradicionais e pelos quiosques que a elas se somaram em antigas administrações da Rodoviária. Parece que recentemente o número daquelas ocupações aumentou dada a exiguidade de espaços de circulação que restaram.

A Agência de Notícias Uniceub noticiou em 23 de junho de 2015 que passam diariamente pela Rodoviária 1 milhão de pessoas. Não é de estranhar. Ali está o centro nodal do transporte público do Plano Piloto. Todas as linhas de ônibus do Distrito Federal convergem para ela. Ali está a integração modal com o Metrô que tem sua estação final ligada a ela e ainda a estação dos ônibus do Entorno instalada de forma precária no Touring Club.

Os pontos de embarque de algumas linhas foram remanejadas no início deste ano. Pouco ou nada muda com ações perfunctórias. É necessário que se libere as duas plataformas de embarque, o piso inferior de qualquer quiosque deixando-as livres para receber e despachar os passageiros. Os ônibus não devem estacionar ali. Devem para ali se dirigirem somente no horário do embarque. Assim seria possível acomodar todas as linhas do Distrito Federal e do Entorno.

O desconforto e a insegurança reclamada diariamente pelos usuários da Rodoviária, da Estação do Metrô, do “Na Hora” decorrem da ocupação predatória daqueles espaços. Acho até que o “Na Hora” poderia estar em outro local, pois ele também concorre para o grande afluxo de pessoas e não tem relação direta com o embarque das pessoas.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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