Automação e Desigualdade
As práticas tradicionais de produção de fios e tecidos na Inglaterra do início do século XIX foram paulatinamente substituídas por maquinários movidos a vapor. As máquinas reduziam a importância dos trabalhadores na produção. Eles reagiram destruindo os equipamentos. Esse movimento foi chamado de ludismo e foi duramente reprimido.
O economista e conferencista francês, Thomas Piketty, que estará no próximos dias 27, em São Paulo e 28 em Porto Alegre, alerta que a concentração da riqueza e da renda exige um número cada vez menor de pessoas para produção cada vez mais automatizada o que levará ao desemprego e a redução da renda dos menos qualificados.
Estudos apontam que 80% dos empregos na indústria norte-americana foram substituídos pela automação. O Mckinsey Global Institute, em estudo realizado em 46 países com 80% da força de trabalho mundial, identificou 5% das atividades que poderiam ser totalmente automatizadas e 60% que podem ter 30% robotizadas.
A automação tem provocado o aumento dos ganhos daqueles que executam tarefas que exigem maior qualificação e a redução dos salários dos menos qualificados, promovendo o aumento da desigualdade de renda.
A educação universalizada e de boa qualidade é tida pelos especialistas como a forma de manter a população incluída nesta nova era tecnológica e de evitar que o pais se distancie dos países desenvolvidos. A não inclusão poderia, talvez, retornar o ludismo.
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