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Rede de alta tensão choca meio ambiente

Estamos a um mês da primavera. Quando esta chegar veremos caminhões sobre as calçadas dirigindo-se inapelavelmente para cortar e carregar as árvores que tiveram a desdita de estar ao longo das linhas de transmissão de energia aéreas. As árvores são mutiladas e perdem os galhos e folhagens que têm contato com a fiação. Isso ocorre nas quadras, no Parque da Cidade e em todos os locais onde foram erigidas essas redes de alta tensão.

A distribuição de energia elétrica, no meio urbano, por rede aérea, tornou-se fator preponderante de poluição urbana. Em geral essas redes tornam-se suportes para linhas telefônicas, redes de dados, TV a cabo, causando uma parafunda de toda ordem de fios que interferem na paisagem e impedem a visualização dos edifícios, dos conjuntos arquitetônicos e outros elementos da paisagem urbana.

Inúmeras cidades tem procurado remover as linhas de transmissão aéreas com o propósito de melhorar a paisagem urbana, reduzindo os elementos de poluição, entre eles, as redes aéreas. Gramado no Rio Grande do Sul, cidade turística, está implementando projeto de eliminação das redes aéreas. A administração da cidade noticiou o inicio dos trabalhos como uma contribuição importante ao embelezamento da cidade e como mais um elemento de melhoria com vistas ao turismo.

Também Pelotas no Rio Grande do Sul preocupa-se com os danos que as redes aéreas causam a paisagem urbana. O projeto de remoção daquelas redes ressalta os danos e os prejuízos causados ao centro histórico da cidade, visto como patrimônio histórico. Os autores ressaltam aspectos “como o de legibilidade urbana, que é, em essência, a capacidade que o espaço proporciona em que se identifique os diferentes elementos que compõe a paisagem”.

O projeto de Pelotas ressalta a importância do assunto chamando a atenção para o trabalho desenvolvido em Florianópolis, capital de Santa Catarina. Ali também há um esforço para remover as linhas aéreas de transmissão de energia. Isso ocorre especialmente nas áreas centrais das cidades. Pode-se observar alguns loteamentos lançados com o apelo de redes subterrâneas.

Nota-se em Brasília a ocorrência de fenômeno inverso. O que sempre foi tido como norma, a não utilização de linhas aéreas de transmissão de energia no Plano Piloto vem sendo sistematicamente transgredido. A cada momento nos deparamos com uma nova linha e com mais árvores mutiladas pela poda indiscriminada. Essas transgressões vão se tornando regra do mesmo modo que os puxadinhos e as invasões.

A CEB anuncia um grande programa de investimentos pela mídia , com melhorias a serem implementadas por todo o Distrito Federal. Esse é o momento do governo remover as linhas aéreas nas quadras, ao logo dos Eixos Rodoviário e Monumental, no Parque da Cidade e em outros locais. O meio ambiente agradece.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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