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Conversas na fila

Éramos um grupo grande, umas 20 pessoas. Nem todos se conheciam, enquanto alguns eram atendidos, os demais esperavam. Sempre há pessoas com facilidade de começar uma conversa. Em geral, tais prosas começam com comentários sobre o tempo. – Este ano está particularmente quente. – As flores do Ipê Amarelo estão escassas, ralas.

– Realmente, mas as mangueiras estão carregadinhas. Vamos ter muita manga este ano. – É provável, mas se chove forte ou venta muito as flores das mangueiras caem e a safra é menor. – Vocês viram o caso daquela servidora pública? Seu corpo foi encontrado e o assassino identificado. Ela foi imprudente, pegar carona com desconhecido!?
– Ela o conhecia do transporte público, os dois pegavam o mesmo ônibus. – Sim, mas foi ele que a reconheceu. Ele passou em seu carro pelo ponto de ônibus, a viu e fez o retorno para oferecer a carona. Ela aceitou e embarcou!

– Como o assassino foi quase de imediato identificado? Há crimes que nunca são elucidados quando não há testemunhas. – Sim, mas neste caso haviam câmeras que permitiram identificar a placa do veículo e assim chegar ao seu proprietário.

Em qualquer caso, a investigação se vale das câmeras da vizinhança para ter elementos que permitam verificar o ocorrido. Casos como este mostram que cobertura das vias, especialmente de locais de aglomeração, com câmeras monitoradas, permitiriam reduzir a criminalidade e a elucidação de crimes contra as pessoas e contra o patrimônio.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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