Só Drogas e Insegurança
– Me dá um trocado.
– Agora não o tenho, quem sabe na volta.
Assim fui abordado por um casal, ao descer as escadas em direção a Praça do Povo, que fica atrás do Conic. Estavam sentados sob uma árvore em um degrau da escada. O homem era branco, aparentando uns trinta anos. A mulher era morena, talvez um pouco mais jovem. Aparentavam estar sadios. Eram dez horas da manhã e eles pareciam não ter ocupação.
Trajavam roupas sujas e aparentavam não tomar banho há algum tempo.
Poucos segundos depois, assim que terminei de descer as escadas, ouvi um tumulto. O homem que anteriormente estava sentado nas escadas trocava socos com outro, que trajava roupa limpa. A mulher, aos gritos, tentava ajudar o companheiro. Apareceu outro homem, ele retirou uma faca de sua mochila e disse ao homem de roupa limpa:
– Não toca nele!
Ameaçando e dirigindo-se ao homem com o qual brigava, o sujeito de roupa limpa se afastou e saiu aos gritos:
-Eu vou te matar! Eu vou te matar!
Este é um cenário constante naquela área que está cheia de mendigos, meninos de rua e usuários de drogas. Quem passa pelo local fica exposto a abordagens e a ameaças.
Há algum tempo atrás, o prédio do Touring Club foi ocupado pelas policias civil e militar. Pretendia-se coibir a presença de usuários de drogas e população de rua naquelas imediações. Serviu para afastá-los. Saíram de lá e ficaram um tempo perto do antigo prédio da Telebrasília. Atualmente perambulam nas imediações do Conic, entre a Praça dos
Aposentados e um ponto de táxi, nas proximidades, não assumido pelos taxistas. Estão a duzentos metros do prédio do Touring. O prédio do Touring não foi entregue à cultura e os usuários de drogas continuam rondando o local. Não há políticas nem para os usuários de drogas, nem para a cultura, nem para a segurança pública.
1 Comentário