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Cigarras e a Primavera

Ainda não chegara a primavera deste ano de 2021. Tampouco havia chovido, o que veio acontecer dois dias depois. Mas para minha surpresa lá estava a cigarra, uma daquelas grandes, agarrada à tela que dá proteção na janela. Ficou lá, silenciosa, por algumas horas. Pensei que não estivesse bem e me aproximei. Movi a esquadria de vidro e ela se foi.

Há registros da existência de cigarras em vários continentes. As populações se relacionam com elas de formas diversas. Alguns as vêm como amuletos, como capazes de curar e até mesmo como alimento e outros como praga, como os cafeicultores.

O ciclo de vida das cigarras, visto pelo humanos, não é o que se gostaria de repetir. Uma vez concebida, a ninfa desce da árvore e adentra o solo em busca de raízes onde irá construir seu habitat. Ela retira a seiva das raízes e dela se alimenta. Seu alimento será sempre na mesma raiz. Não encontrei registro de migração para outra árvore.

Aqui na Região do Cerrado, em que o inverno é uma estação seca, com baixos índices de umidade relativa do ar, as cigarras aparecem já na primavera. Seu canto estridente ocupa todos os recantos a partir da segundo quinzena de outubro, quando as chuvas se firmam.

Entendo que a presença das cigarras depende do patrimônio de árvores na região. Desaparecendo as árvores, desapareceriam as cigarras. É claro que não são apenas as cigarras que dependem de vegetação de porte como habitat. Áreas de monocultura de grãos levam ao desaparecimento de insetos e animais de pequeno e de grande porte.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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