Passarela, Concurso e o Pedestre
As passarelas subterrâneas foram construídas para permitirem ao pedestre atravessar em segurança o Eixo Rodoviário do Plano Piloto de Brasília. Porém, os usuários temem a sua utilização por que são escuras, malcheirosas, sujas e, principalmente inseguras. Muitos morreram atravessando as pistas por medo das passarelas.
O Governo, por meio da Codeplan, promoveu concurso para obter a melhor solução para aquelas questões. Para tanto, firmou convênio com o Instituto de Arquitetos do Brasil, seção DF. O resultado do concurso foi divulgado no Aniversario de Brasília.
As propostas classificadas, 1º, 2º e 3º lugares têm alguns traços comuns. Todas propõem facilitar as entradas nas passarelas, reduzindo a inclinação das rampas de acesso e dando maior amplitude a elas. As três propõem criar espaços de vivência nas áreas abertas situadas entre o eixão e os eixos auxiliares. Ali haveria praças com comércio, lazer, banheiro, chafariz, bicicletário, bancos e bebedouros.
As três propostas classificadas sugerem a construção de platôs em concreto, em vários níveis, ligados por rampas e escadas. Em todos estão previstas grandes áreas impermeabilizadas por calçadas de concreto.
A primeira classificada tem por base uma ciclovia que ligaria as pontas das asas Sul e Norte, com 13,5 Km de extensão. Neste caso as passarelas teriam pontos de convivência e interação entre os pedestres e ciclistas. Entretanto, a proposta não mostra como as ciclovias passariam pelas vias de ligação Leste-Oeste e tesourinhas.
A segunda proposta tem elevador e faixa para deficiente visual. Suas praças teriam também chafarizes. Os abrigos de ônibus projetados, junto aos canteiros centrais muito estreitos, seriam inviáveis. A terceira repete os elementos das anteriores.
As propostas são elegantes e bem desenvolvidas, mas permanecem os problemas que levam as pessoas a evitarem as passarelas. Quando elas ficassem desertas, ninguém se arriscaria a entrar nos túneis sem saber quem estaria nas praças à sua espera.
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