A Chuva e os Alagamentos
Brasília foi manchete nos telejornais da noite desta segunda-feira (19/11). As chuvas pararam o trânsito, carros foram danificados, pessoas ficaram em lagoas, notadamente nas passagens, tesourinhas, sob o Eixão da Asa Norte. Até um ônibus, com passageiros, parou de funcionar em um alagamento. Uma pessoa nadou até um carro para ajudar seus ocupantes.
O apresentador de um telejornal de âmbito nacional comentou os alagamentos como algo inusitado já que Brasília fora planejada. Ele estaria se referindo ao fato de que a engenharia brasileira sabe como fazer uma rede de captação de águas pluviais.
Realmente as galerias foram projetadas considerando os índices pluviométricos medidos na região até a data da elaboração dos projetos. Foram levadas em conta as áreas de coleta das águas que seriam carreadas para as bocas de lobo. Também foram considerados os fluxos, litros por segundo, em cada seção dos dutos de escoamento.
Faz parte do projeto o cálculo da absorção das chuvas pelo solo, as coberturas que reduzem a velocidade das águas, as partes impermeabilizadas. A inclinação dos terrenos é determinante na eficácia de uma rede coletora. Em terrenos planos o escoamento é menos rápido, mas este não é o caso da Asa Norte.
Pode-se dizer que houve erro de projeto, que muito do solo foi impermeabilizado desde a construção das redes ou, como preferem alguns, que as redes não têm manutenção e estão entupidas de entulhos que reduzem a velocidade de escoamento das águas.
Todas as hipóteses, isoladamente ou em conjunto, podem ser verdadeiras. O estranho é que o problema se repita, ano a ano, e os gestores destes serviços continuem sendo evasivos e não tomem as providências cabíveis. Obras simples e de custo razoável.
Os alagamentos, ao que parece, foram incorporados no calendário da cidade. Um anúncio do governo recomenda que os condutores não passem com seus veículos em áreas alagadas. Melhor seria resolver esse problema que se repete há longo tempo.
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