Bem Vigiado
Você chega, acha uma vaga e, quando está saindo do carro, aparece alguém, novo ou velho de colete ou sem e grita: “bem vigiado ai doutor!” Você se vira mostra o polegar voltado para cima como quem diz: “concordo”. Pronto, está firmado o contrato. Você propõe pagar algo pelo uso da vaga e ele se propõe a que mesmo?
Em Brasília é costume dar uma moeda. No caso em que o Flanelinha se empenha, indica para esperar, pois alguém vai sair, pode ser alvo de maior generosidade e levar uma cédula. Nada muito alto, uns dois reais. Naqueles estacionamentos onde é impossível encontrar uma vaga e o Flanelinha se propõe a ficar de olho, indica para que estacione atrás dos carros que estão nas vagas e orienta para que deixe o carro desengrenado e sem freio de mão acionado, aí com certeza ele vale os dois reais ou até mais e até pode ser autorizado a lavar o carro por quinze. Em outras cidades há relatos de cobrança adiantada e com ameaça de que se não pagar ele não se responsabiliza por possíveis danos. Muitos vêm nesta atitude uma chantagem.
Os pontos dos Flanelinhas são controlados pela força e seus “donos” cobram pedágio com uso da violência, afirmam especialistas. A atividade de Flanelinha é regulada desde 1975 pela Lei Federal no 6.242, de 23 de setembro daquele ano. Quase dois anos depois da edição da lei esta foi regulamentada pelo Decreto no 79.797, de 8 de julho de 1977. Os governos estaduais e municipais editaram normas adequando as disposições federais às condições locais. Assim os Flanelinhas, especialmente aqueles cadastrados, exercem uma atividade perfeitamente legal.
É legal, mas pode não ser a melhor forma de cuidar da falta de vagas nos estacionamentos. Muitas propostas de estacionamentos subterrâneos foram feitas, mas esbarraram em restrições politicas ou legais.
Desde 1995 os advogados deixam seus carros no estacionamento do Ginásio Nilson Nelson, a OAB-DF os leva de ônibus até o TJDFT. Legislativo, Judiciário e Executivo, federais e locais, poderiam orientar seus servidores a usar grandes estacionamentos fora e levá-los de ônibus dali ao local de trabalho enquanto não vem uma solução definitiva.
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