Educação na Teoria. A Prática é Outra
A educação é um assunto que tem unanimidade nacional. Não há quem não afirme que o desenvolvimento só virá com a melhoria da educação, com a elevação da qualidade e com o aperfeiçoamento da mão-de-obra.
Atribuem ao analfabetismo, a evasão escolar e, principalmente, a baixa qualidade do ensino o atraso tecnológico do país. Têm razão. Não haverá um Brasil desenvolvido se a educação não alcançar os padrões de excelência.
A prática não corresponde ao discurso. Basta ver os salários dos professores e o estado das escolas para verificar que o ensino não é prioridade. O Governo federal instituiu um piso salarial nacional para os professores de R$ 1.451,00. Os estados e municípios dizem que não podem pagar e, apesar da Lei que o instituiu prever sua vigência a partir de dezembro de 2009, muitos estados e municípios ainda não a estão cumprindo.
Não é de hoje que os professores do ensino fundamental e médio são tratados com descaso. Depois de passar seis meses sem pagar os salários dos professores um ex- governador de Minas Gerais afirmou que a obrigação de manter a família era do marido e que o salário das professoras não contava para o seu sustento.
Recentemente outro governador afirmou que o magistério é sacerdócio e que quem quisesse ganhar dinheiro, buscasse uma profissão lucrativa. Neste caso, imagino que nenhum pai ou mãe teria a coragem de indicar ao filho ou à filha a carreira de magistério, para ganhar pouco e não ter perspectiva de crescimento ou reconhecimento.
Esta semana um locutor chamou de irresponsáveis os professores do Distrito Federal por estarem em greve. Dizia ele que os alunos eram os únicos prejudicados. Não comentou, entretanto, que o salário dos professores é o menor entre todas as carreiras.
Espera-se que este governo reveja os desmandos dos últimos anos, adequando a administração do DF às reais necessidades. Retirando os órgãos e cargos criados para atender aos interesses políticos, sobrarão recursos para atender aos professores.
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