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Educação Pública e Privada

Corria o ano de 1956. Havíamos nos mudado para a cidade de Anápolis, Goiás, vindos de Ceres, também Goiás. Era início de ano e estávamos eu e meus dois irmãos (Alair e Sau) em idade escolar. Eles ainda no primário deviam buscar um Grupo Escolar. Eu, no segundo ano ginasial, demandava um Ginásio. O Grupo Escolar e o Ginásio correspondiam ao Ensino Fundamental à época.

Meu pai, Saul, e minha mãe, Maria, valorizavam a formação dos filhos. Mesmo sendo migrantes, éramos mineiros, de São Gotardo, em uma terra desconhecida, sem fortuna ou suporte de amigos ou familiares era prioridade a educação dos filhos.

Em Anápolis, naquele ano, havia, para o nível ginasial, apenas um estabelecimento público, o Ginásio Estadual. Os alunos ali não atendidos deveriam buscar os Ginásios particulares (tinha um franciscano e outro, mantido por uma igreja presbiteriana).

Meu pai tratou de me matricular no Ginásio Estadual, que tinha reputação de ensino de melhor qualidade. Foi informado entretanto, que para efetivação da matrícula era necessário uma carta de apresentação de um Deputado, o que ele não dispunha.

Temos visto, cada vez mais, representantes de grupos de interesse desqualificarem as escolas públicas em favor do ensino pago. Nenhum país desenvolvido deixa de garantir o ensino público, laico a todos os jovens. Os mais desenvolvidos garantem além do ensino médio o universitário. Somente com a educação de todos o país será forte.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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