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Equipe de Secretários e Governabilidade

Os componentes do primeiro escalão do Governo do Distrito Federal que tomará posse no próximo dia 1o de janeiro foram anunciados no início desta semana. Muitos são conhecidos por aqueles que atuam nas áreas para as quais foram designados. Seus desempenhos somente poderão ser avaliados após um tempo decorrido à frente das tarefas a eles cometidas.

A maior novidade está na redução do número de Secretarias de Estado. Várias funções de governo hoje desempenhadas por Secretarias criadas especificamente para aquele fim serão aglutinadas sob uma só coordenação. Seguramente isto implicará na redução de um grande número de cargos comissionados. A maior consequência disto é que os cargos, muitas vezes preenchido por indicação de parlamentares e de dirigentes partidários, não estarão mais disponíveis.

A equipe indicada não permite verificar indicações de integrantes de partidos que não estiveram na base de apoio à candidatura do Governador eleito. Alguns são dirigentes partidários, ali estão como representantes de partidos, mas nada indica que tenham sido indicados por parlamentares.

Há comentários de que as Administrações Regionais seriam reduzidas, agrupadas assim como ocorre com as Secretarias, restando um menor número, e que os administradores sejam escolhidos pela população. As Administrações das cidades sempre foram moeda de troca entre os poderes Executivo e Legislativo.

Analisando o ocorrido durante o atual governo onde se procurou fazer uma grande base no Legislativo, com indicações por seus representantes para Secretarias de Estado, Administrações Regionais e Empresas Públicas assim como inúmeros cargos comissionados, era de se esperar que todos aqueles que estavam no Governo tivessem o compromisso de apoiar a candidatura do Governador à reeleição. Não foi o que se viu.

Um governo sem a ingerência de interesses particulares, coeso em torno de uma proposta única, parece ser o melhor caminho para evitar conflitos de interesses de diversos grupos. Entretanto, a história nos mostra que nas poucas ocasiões em que tivemos governos sem apoio do parlamento houve quebra da normalidade democrática.

Jânio e Collor destituídos, deixaram o governo prematuramente. Esperemos, pelo bem do Distrito Federal, que a atual proposta de governo sem ingerências outras prospere.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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