Ministro Atinge Brasília Equivocadamente
Foto: Lúcio Costa o gênio modernista
O Ministro-Chefe da Casa Civil, Rui Costa, em uma cerimônia na Bahia, representando o Governo Federal, afirmou que Brasília é uma “ilha da fantasia e que assim faz mal ao país por afastar os congressistas da vidas das pessoas”.
Disse ainda, que “era melhor a capital ter ficado no Rio de Janeiro, ou ter ido para São Paulo, para Minas ou Bahia, do que quem fosse entrar num prédio daqueles, ou na Câmara dos Deputados ou Senado, passasse, antes de chegar no seu local de trabalho, numa favela, embaixo de viaduto, com gente pedindo comida, vendo gente desempregada”.
A declaração causou desconforto junto a sociedade civil, aos parlamentares e ao Governo do DF, provocando desagravos imediatos. Vale lembrar que Dom João VI, em 1808 defendia a interiorização da capital e a Constituição da República de 1891 determinava a transferência de modo a proteger o governo e promover a integração do país.
Lucio Costa, em seu Relatório do Plano Piloto destaca que Brasília deveria ser “moderna, não apenas urbs, mas também civitas, possuidora dos atributos inerentes de uma capital. Monumental não no sentido da ostentação, mas no sentido palpável, por assim dizer, consciente, daquilo que vale e significa”.
É desnecessário dizer que a interiorização da capital federal cumpriu os objetivos de promover a ocupação do centro da país e sua integração com as populações dos estados litorâneos, com estradas, infraestrutura etc. permitindo o desenvolvimento do Brasil. O Ministro, dada a péssima repercussão, teria admitido que a declaração fora inoportuna.
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