Morbidade e Economia
Alguém acometido de dor ou mal-estar súbito procurará um pronto-atendimento médico em busca de conforto imediato. Caso não seja recomendada internação, o paciente receberá atendimento na emergência e será orientado a procurar atendimento ambulatorial para identificação de causas e erradicação de possível enfermidade.
A partir daí o paciente terá que se haver com o médico disponível no SUS ou aquele que conste da listagem de credenciados pelo plano de saúde, caso possua um. Para ter atendimento em menor tempo ele terá que procurar uma clinica particular.
O paciente terá grande dificuldade em identificar a especialidade do clinico que poderá tratá-lo. Ele não domina a correlação entre os sintomas e a qualificação do profissional apto a atendê-lo. Tampouco terá como identificar o profissional qualificado, de confiança, senão pela indicação de alguém.
O Plano Geral da Rede Médico-Hospitalar, elaborado em 1959 por Henrique Bandeira de Melo, já previa que o primeiro atendimento seria feito próximo ao local de moradia dos pacientes. Isto levaria à manutenção de prontuário contendo o histórico dos pacientes.
Tal não ocorre na rede pública ou privada. A cada consulta o médico pede uma bateria de exames e começa o atendimento como se fosse o único. Daí ele prescreve diversos medicamentos. Caso os sintomas não desapareçam o paciente irá procurar outros especialistas até que finalmente tenha os sintomas removidos.
A prática de não haver acompanhamento de clinico geral que disponha de histórico do paciente leva ao consumo exagerado de medicamentos. O faturamento da indústria farmacêutica em 2003 foi de US$ 5,6 bilhões contra US$ 14,6 bilhões em 2007. Isso repercute, inclusive, nas nossas contas externas. Em 2011 o Brasil importou mais de 5,8 bilhões de dólares em medicamentos e exportou apenas 1,1 bilhão de dólares. A despersonalização do atendimento de saúde impede a racionalização das ações, a melhoria do atendimento e onera ao Estado e ao paciente.
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