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Quarentena e Relações Sociais

O isolamento imposto pela quarentena, em que deixamos de nos mover de casa para outros ambientes, para atividades diversas que regem calendário e agendas, nos leva a perder a noção de tempo. Não raro perguntamos – que dia é hoje? Todos os dias são iguais, nos vestimos sem preocupação, mas principalmente deixamos de encontrar as pessoas.

Esse clima pode nos deixar vulneráveis, desapercebidos, do que pode estar acontecendo do nosso lado. Foi assim que meus familiares organizaram, sem que eu percebesse, um encontro tendo por motivação o dia dos pais.

O encontro que sempre se deu em casa, estava sujeito a restrições, teria que se dar em lugar aberto, teria que ter uma fonte de energia pois haveria equipamentos elétricos de um conjunto composto de teclado, bateria, violão, microfones e caixas de som.

O espaço de uso comum do prédio onde moramos está indisponível pois dois moradores contraíram o vírus. O condomínio, agindo por cautela. Preferiu restringir os acessos. Optaram, os organizadores, por fazer o encontro junto à sede da prefeitura da quadra.

O certo é que no dia dos pais fui convidado à quadra ao lado. Quando cheguei, ainda sem me dar conta, encontrei netos e netas, filhos e filhas, genros e noras e ainda a mãe dos filhos e filhas com quem convivemos amiúde. Houve show do conjunto, entrega de presentes, manifestações. Eu fiquei mudo, um tanto sensibilizado com a afetiva homenagem.

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Sobre
Eustáquio Ferreira

Arquiteto pós-graduado em Administração, escritor e blogueiro.

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