Vida Urbana em Brasília em 2022
As pessoas que moram no centro de Brasília, que têm um trabalho formal, seja no governo ou em alguma empresa, têm uma renda que garante um padrão de vida equivalente àquele desfrutado por profissionais de países de média ou alta renda. Elas habitam edificações de boa qualidade, em áreas urbanizadas, seus filhos estudam em boas escolas etc.
Entretanto, já há algum tempo, é quase impossível andar pela cidade sem se deparar com alguém em situação de rua. Isso faz lembrar que mais de 28 milhões de pessoas, segundo a FGV estão abaixo da linha da pobreza.
Quem frequenta restaurante, especialmente aqueles com mesas em áreas abertas, sabe que é rara a vez em que não aparece alguém pedindo uma marmita para saciar a sua fome. Este cenário de pedinte, se repete no estacionamento, na porta da farmácia ou no supermercado. Alguém sempre aparece com pedido de remédio ou alimento para seus filhos e/ou filhas.
Em cada logradouro, sob uma marquise, uma árvore ou mesmo em espaços abertos pode-se encontrar pessoas ou mesmo famílias inteiras tentando se abrigar do frio, das chuvas ou do sol, todos maltrapilhos com sinais de debilidade e fome.
Com este quadro, é impossível que qualquer pessoa, com o mínimo de sensibilidade, não se sinta apreensivo diante da cruel situação promovida pelo nosso modelo econômico, que impede tantas pessoas de participarem da riqueza do país. Estudos da ONU mostram que o Brasil é o 4º maior produtor de grãos e o maior exportador de carne bovina do mundo. Um país com este perfil não poderia ter parte de sua população na miséria.
Foto: Marcos pede ajuda embaixo dos blocos e diz: “é Fome!”
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